

LAMENTAÇÕES DE UMA ALMA 02
Capitulo 2 – A hora das almas
Ainda com muito medo e câimbra na minha canela direita, olhei para o meu relógio digital, que com três cores brilhantes iluminaram a hora, e para o meu coração acelerar, o relógio da marca sécullus que comprei numa butique de garagem de meu amigo leon, marcava exatamente 3 da matina! Senti um frio na espinha, arrepios nos meu braços e uma forte sensação de está sendo observada.
3 horas da manhã, segundo várias pessoas (de confiança) já tinham me falado antes, e até com certa frequência, é conhecida como a hora das almas malignas.
Billy Manson, um conhecido da escola me falou – “três da manhã é o horário que as almas preferem sair para vagar, o horário não só das almas, mas de todas as criaturas malignas. Nunca esteja acordada as três da manhã, pois se você ver algum desses seres ou almas malignas vagando pelo seu jardim, dentro de sua casa, ou até mesmo dentro de seu quarto apenas ali observando você dormir... você vai preferir o desejo de morte do que ser pego por alguma dessas criaturas”.
– Droga! Droga! Droga!, Eu tinha que ver a hora!? Tinha?, Pensei com raiva de mim mesma. Mesmo sem energia, a luz Das velas iluminava até de certa forma um corredor estreito que dava acesso ao quarto de hóspedes, e para meu espanto e pavor, a porta do quarto estava entreaberta, mesmo depois de eu ter certeza de ter trancado aquele quarto a uma semana atrás.
Tremula e com o coração palpitando, comecei a me aproximar do quarto de hóspedes. Estendi minha mão. A maçaneta da porta estava ali a alguns centímetros dos meus dedos pálidos e gelados. Não entendia qual era o problema com aquela situação, eu estava ali, era só puxar a porta e pronto, mas havia algo de errado. Quando consegui chegar mais perto da maçaneta, senti uma leve respiração perto da minha orelha esquerda. Virei num movimento rápido e com os olhos arregalados como se fosse possível ver alguma coisa naquela escuridão mórbida.
Meu coração estava na garganta, será que aquilo estava acontecendo realmente? Não, não podia ter acontecendo! Mudei minha certeza depois que escutei o barulho das taças de cristal que estavam na cozinha caírem no chão. – “Mas oque está acontecendo aqui?”, me perguntei já sabendo a resposta. Eu realmente não estava sozinha ali.
Comecei a suar frio. Um nó na garganta deixava a minha situação mais agonizante. já não sentia mais minha pernas. Por mais que eu quisesse sair de casa, eu não podia. Ali onde eu morava era um local deserto com varias histórias de assassinatos e estupros. A dúvida era cruel, eu estava entre o facão e a espada, sem saber oque realmente fazer. Levantei meus olhos vagarosamente para visualizar o quarto de hóspedes, e no reflexo do relâmpago, eu pude ver algo andando devagar e de costas para mim. Fiquei paralisada, queria poder gritar, queria poder fugir, mas meu corpo não respondia os meus comandos. Eu estava ali, hipnotizada e de olhos fixos naquele ser pálido, esguio, com deformações em seus membros. Uma áurea reluzente e sem sentido percorria por todo o seu corpo.
Percebi então, que ele não estava andando, mas sim voando. O medo me consumia por completo, meus olhos se enchiam de lágrimas enquanto minhas pernas voltavam a sentir câimbras. O som da chuva parara, e só se ouvia o ensurdecedor som do silêncio que gritava em meus ouvidos. Aquela criatura que permanecia flutuando a alguns metros de mim, virou o rosto para me olhar.